NPE 24: Padrões de crescimento econômico na Amazônia Legal: uma investigação a partir de dados de emprego, desmatamento e complexidade

Entre 2006–20 veri­fi­cou-se aumen­to do número de municípios com des­ma­ta­men­to aci­ma de 40% da área total na região.

Dados indi­cam que mai­or des­ma­ta­men­to está asso­ci­a­do a mai­or com­ple­xi­da­de até o nível de 60% de des­ma­ta­men­to, mas esta relação dei­xa de exis­tir aci­ma des­se nível, enquan­to des­ma­ta­men­to aci­ma de 90% vol­ta a ser asso­ci­a­do a níveis meno­res de complexidade.

Entre 2006–20 ocor­re um per­sis­ten­te cres­ci­men­to da área des­ma­ta­da na região, com uma apa­ren­te aceleração a par­tir de 2015, mes­mo com a que­da e estagnação do emprego.

O índice de com­ple­xi­da­de dos municípios da região apre­sen­tou pou­ca variação entre 2006–20.

Análise econométrica reve­lou uma pio­ra do padrão de desen­vol­vi­men­to para os municípios com níveis bai­xos e altos de des­ma­ta­men­to entre 2006–20, com gra­da­ti­va reversão da associação entre com­ple­xi­da­de e desen­vol­vi­men­to sustentável (i.e. geração de empre­go com manutenção ou redução do desmatamento).

Análise econométrica reve­lou também uma melho­ra do padrão de desen­vol­vi­men­to para os municípios com níveis médios de des­ma­ta­men­to entre 2006–20.

Alguns municípios (Gru­po 1) apre­sen­ta­ram mudanças posi­ti­vas na sua estru­tu­ra pro­du­ti­va, com­bi­nan­do aumen­to do empre­go for­mal com redução da degradação ambi­en­tal. Os municípios de mai­or área des­se gru­po estão no Ama­zo­nas, Rorai­ma e no oes­te do Pará. Maranhão e Mato Gros­so apre­sen­tam os mai­o­res números de municípios na categoria.

Alguns municípios (Gru­po 2) logra­ram redu­zir sua degradação ambi­en­tal, mas sem con­se­guir impul­si­o­nar o empre­go for­mal. Des­ta­que para os municípios no Ama­zo­nas, nor­te do Pará e sul do Mato Gros­so com gran­des áreas pre­ser­va­das. Pará e Mato Gros­so se des­ta­cam com o mai­or per­cen­tu­al de municípios nes­ta categoria.

Alguns municípios (Gru­po 3) apre­sen­tam aumen­to do empre­go e do des­ma­ta­men­to. Os municípios des­te gru­po estão mais con­cen­tra­dos em Mato Gros­so e Maranhão.

Alguns municípios (Gru­po 4) com­bi­nam ele­va­da degradação ambi­en­tal com que­da do empre­go for­mal. Maranhão, Pará e Tocan­tins têm mai­or proporção de municípios no grupo.

Vem aumen­tan­do a concentração de municípios com pio­ra do des­ma­ta­men­to (Gru­pos 3 e 4) na cha­ma­da fron­tei­ra agrícola da flo­res­ta amazônica.

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