NPE 28: Tempo da vida: os impactos da desigualdade na maternidade de trabalhadoras domésticas

O tra­ba­lho ana­li­sa os desa­fi­os e contradições em tor­no da mater­ni­da­de para mulhe­res tra­ba­lha­do­ras domésticas. As desi­gual­da­des que mar­cam o exercício da função por mulhe­res, majo­ri­ta­ri­a­men­te negras, inten­si­fi­cam inseguranças e difi­cul­da­des ao lon­go da gestação e no exercício da mater­ni­da­de. A meto­do­lo­gia da nota envol­veu levan­ta­men­to bibliográfico no cam­po jurídico quan­to aos direi­tos e deve­res das tra­ba­lha­do­ras for­ma­li­za­das, a diferença entre estas e as infor­ma­li­za­das, além de entre­vis­tas com repre­sen­tan­tes de sin­di­ca­tos de tra­ba­lha­do­ras domésticas e revisão bibliográfica de tra­ba­lhos que ana­li­sam as consequências mate­ri­ais, psíquicas e soci­ais da estru­tu­ra que rege o tra­ba­lho doméstico. A fim de con­tra­por a rea­li­da­de de tra­ba­lho para essas mulhe­res, também foram levan­ta­dos dados sobre a rea­li­da­de opos­ta, a dos empre­ga­do­res. A vivência das tra­ba­lha­do­ras domésticas em dissonância com os privilégios mate­ri­ais dos empre­ga­do­res evi­den­ci­ou um abis­mo que se mate­ri­a­li­za em altos ris­cos para a mater­ni­da­de, ain­da mais pro­fun­dos para aque­las sem esta­bi­li­da­de empregatícia, fato­res que pro­pi­ci­am a perpetuação inter­ge­ra­ci­o­nal de desigualdades.

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