NPE 21: A reforma trabalhista de 2017 teve efeito sobre a taxa de desemprego no Brasil? Uma análise dos primeiros anos de vigência da Lei 13.467/2017

Nos­sa NPE n.021 ana­li­sa como a refor­ma tra­ba­lhis­ta de 2017 afe­tou a taxa de desem­pre­go nos seus três pri­mei­ros anos de vigên­cia. Para simu­lar um cená­rio de não apro­va­ção da refor­ma no Bra­sil e veri­fi­car os impac­tos sobre o empre­go, ado­ta­mos a meto­do­lo­gia de con­tro­le sin­té­ti­co, con­si­de­ran­do paí­ses da Amé­ri­ca Lati­na e Cari­be que não pas­sa­ram por alte­ra­ções das leis tra­ba­lhis­tas após 2017.

As evi­dên­ci­as aqui apre­sen­ta­das suge­rem que a refor­ma tra­ba­lhis­ta não apre­sen­tou efei­to esta­tis­ti­ca­men­te sig­ni­fi­can­te sobre a taxa de desem­pre­go. Dis­cu­ti­mos como esses resul­ta­dos frus­tram as expec­ta­ti­vas do gover­no da épo­ca da refor­ma, mas como, ao mes­mo tem­po, ain­da é cedo para con­cluir algo sobre seu sucesso/ fra­cas­so. Assim, fica cla­ra a neces­si­da­de de que evi­dên­ci­as sejam incor­po­ra­das de for­ma sis­te­má­ti­ca à ela­bo­ra­ção des­sas polí­ti­cas, tan­to para infor­mar expec­ta­ti­vas cons­truí­das em sua imple­men­ta­ção, quan­to em seu acom­pa­nha­men­to e even­tu­ais alterações

Referências bibliográficas

ABADIE, A.; DIAMOND, A.; HAINMUELLER, J. Synthetic Control Methods for Comparative Case Studies: Estimating the Effect of California’s Tobacco Control Program. Journal of the American Statistical Association, 105(490), 493–505, 2010.

ABADIE, A.; DIAMOND, A.; HAINMUELLER, J. Comparative Politics and the Synthetic Control Method. American Journal of Political Science, 2014.

ABADIE, A.; GARDEAZABAL, J. The Economic Costs of Conflict: A Case Study of the Basque Country. American Economic Review, 93(1), 113–132, 2003.

ADASCALITEI, D.; MORANO, C. Drivers and effects of labor market reforms: evidence from a novel policy compendium. IZA Journal of Labor Policy, 5 (15), 2016.

AGUIRREGABIRIA, V.; ALONSO-BORREGO, C. Labor contracts and flexibility: evidence from a labor market reform in Spain. Economic Inquiry, 52 (2), p.930-957, 2014.

AVDAGIC, S. Does deregulation work? Reassessing the unemployment effects of employment protection. British Journal of Industrial Relations, 53 (1), 2015.

AZEVEDO, M. A reforma trabalhista de 2017 e a rotatividade do emprego no Brasil. Dissertação de Mestrado, Escola de Economia de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, 2021.

BACCARO, L.; REI, D. Institutional determinants of unemployment in OECD countries: does the deregulationary view hold water? International Organization, 61 (3), p. 527-569, 2007.

BALASSIANO, M. Recessão Brasileira (2014-2016): Uma Análise por Meio do Método do Controle Sintético do PIB, PIB per capita, Taxa de Investimento e Taxa de Desemprego. Anais do 46o Encontro Nacional de Economia da ANPEC, 2018.

BETCHERMAN, G. Labor market institutions: A review of the literature. World Bank Policy Research Working Paper 6276, 2012.

BITTENCOURT, G. F. The Brazilian labor reforms of 2017: how does the flexibilization of employment protection legislation affect wages. Tese de Doutorado, Central European University, 2019.

BLANTON, R. G.; BLANTON, S. L.; PEKSEN, D. The impact of IMF and World Bank programs on labor rights. Political Research Quarterly, 68(2), 324-336, 2015.

BRADLEY, J.; KUGLER, A. Labor Market Reforms: an evaluation of the Hartz policies in Germany. European Economic Review, 113, p.108-135, 2019.

BRANCACCIO, E.; GARBELLINI, N.; GIAMMETTI, R. Structural labour reforms, GDP growth and the functional distribution of income. Structural Change and Economic Dynamics, 2017.

BRANCACCIO, E.; CRISTOFARO, F.; GIAMMETTI, R. A Meta analysis on Labour Market Deregulations and Employment Performance: No Consensus Around the IMF-OECD Consensus. Review of Political Economy, 32 (1), p.1-21, 2020.

CAMPOS, A. A atual reforma trabalhista: possibilidades, problemas e contradições. Texto para discussão IPEA 2350, 2017.

FERRAZ, C. Quem ganhou e quem perdeu com a reforma trabalhista. Nexo, 2022. Disponível em <https://www.nexojornal.com.br/colunistas/2022/Que m-ganhou-e-quem-perdeu-com-a-reforma- trabalhista>. Acesso em 22 de abr 2022.

HERRERO, D.; CÁRDENAS, L.; GALLEGO, J. Does deregulation decrease unemployment?: an empirical analysis of the Spanish labour market. International Labour Review, 159 (3), 2020.

INTERNATIONAL LABOR ORGANIZATION (ILO). Labor regulations and employment patterns. IN: ILO. World Employment Social Outlook: the changing nature of jobs. International Labor Office 2015.

LIMA, D.; WILBERT, M.; SILVA, A. Impacto da reforma trabalhista na informalidade e nas contas previdenciárias do Brasil. Revista Trabalho, Política e Sociedade, 6 (10), p.291-316, 2021.

PITON, C.; RYCX, F. Unemployment impact of product and labor market regulation: evidence from European countries. IZA Journal of Labor Policy, 9 (6), 2019.

RESENDE, C. Ensaios em Avaliação de Políticas Públicas. Tese de Doutorado, Universidade de Brasília, 2017.

ROCHA, G.; RAUEN, A. Mais desoneração, mais inovação? Uma avaliação da recente estratégia brasileira de intensificação dos incentivos fiscais à pesquisa e desenvolvimento. Texto para discussão, n. 2393, IPEA, 2018.

VAZ, B. O. E.; BARREIRA, T C. Em Foco IBRE: os impactos da reforma trabalhista brasileira. Boletim Macro - FGV IBRE, Agosto 2018.

VERGEER, R.; KLEINKNECHT, A. Do labour market reforms reduce labour productivity growth? A panel data analysis of 20 OECD countries (1960-2004). International Labor Review, 153 (3), 2014.