NPE 12: A montanha-russa do câmbio: o que explica a desvalorização e a valorização do Real durante a pandemia?

Em meio à for­te incer­te­za nos mer­ca­dos finan­cei­ros inter­na­ci­o­nais obser­va­das duran­te a cri­se finan­cei­ra glo­bal de 2008-09 e a cri­se da Covid-19 em 2020–2021, as moe­das de paí­ses emer­gen­tes sofrem pres­sões comuns de des­va­lo­ri­za­ção. No entan­to, embo­ra o prê­mio de ris­co bra­si­lei­ro tenha tido com­por­ta­men­to seme­lhan­te nas duas oca­siões, a fuga de capi­tais do Bra­sil foi mai­or do que a sofri­da por outras eco­no­mi­as emer­gen­tes em 2020–2021, ao con­trá­rio do que havia sido obser­va­do em 2008-09. A par­tir de um estu­do eco­no­mé­tri­co dese­nha­do para expli­car a dife­ren­ça de com­por­ta­men­to entre o Real e uma ces­ta de moe­das emer­gen­tes duran­te a pan­de­mia, esta Nota suge­re que a des­va­lo­ri­za­ção des­pro­por­ci­o­nal da taxa de câm­bio bra­si­lei­ra até mar­ço de 2021 se deveu essen­ci­al­men­te ao pata­mar mais bai­xo de nos­sa taxa bási­ca de juros duran­te a pan­de­mia. De acor­do com esses resul­ta­dos, a valo­ri­za­ção recen­te da moe­da bra­si­lei­ra tam­pou­co se expli­ca por uma melho­ra do qua­dro polí­ti­co ou fis­cal do país, mas sim pelo ciclo de ele­va­ção da taxa SELIC ini­ci­a­do em mar­ço pelo Ban­co Cen­tral. Em espe­ci­al, des­sa ces­ta de moe­das, o Real é a que apre­sen­ta mai­or valo­ri­za­ção peran­te o dólar em junho (em com­pa­ra­ção com 12 meses atrás).