Demanda endividada? Uma análise do endividamento familiar e da desigualdade como causas da estagnação secular

Em abril de 2021, o endi­vi­da­men­to fami­li­ar bra­si­lei­ro atin­giu pata­mar recor­de. Segun­do os dados da Pes­qui­sa de Endi­vi­da­men­to e Ina­dim­plên­cia do Con­su­mi­dor (Peic/CNC), 67,5% dos bra­si­lei­ros pos­suíam dívi­das a pagar no mês de abril, com efei­to mais gra­ve sobre as famí­li­as mais pobres. 26,9% das famí­li­as de bai­xa ren­da esta­vam com con­tas atra­sa­das no mês, em com­pa­ra­ção com 12,3% das famí­li­as de alta ren­da. O endi­vi­da­men­to das famí­li­as de bai­xa ren­da e sua rela­ção com o aumen­to da desi­gual­da­de podem apre­sen­tar efei­to não ape­nas de pio­ra da qua­li­da­de de vida des­sas pes­so­as, mas tam­bém de que­da das taxas de cres­ci­men­to da eco­no­mia como um todo. O Wor­king Paper nº 005 do MADE ana­li­sa a rela­ção entre essas variá­veis a par­tir do deba­te da estag­na­ção secular.

Em 2013, o ex-secre­tá­rio do tesou­ro dos EUA, Lawren­ce Sum­mers, levan­tou a hipó­te­se de que as eco­no­mi­as desen­vol­vi­das esta­ri­am em um pro­ces­so de estag­na­ção secu­lar. A con­tro­vér­sia ini­ci­a­da ali levan­tou um lon­go e pro­fun­do deba­te den­tro do mains­tre­am econô­mi­co, capaz de balan­çar as bases de par­te des­se arca­bou­ço em dire­ção a novos para­dig­mas. Segun­do o pró­prio Sum­mers: “Nós che­ga­mos a con­cor­dar com o pon­to há mui­to tem­po fri­sa­do pelos eco­no­mis­tas Pós-Key­ne­si­a­nos [..] de que o papel de fric­ções espe­cí­fi­cas nas flu­tu­a­ções econô­mi­cas devem ser desen­fa­ti­za­das rela­ti­va­men­te a uma fal­ta de deman­da agre­ga­da mais fun­da­men­tal” (post no Twit­ter, agos­to de 2019).

A ideia cen­tral da hipó­te­se de estag­na­ção secu­lar de Sum­mers é de que have­ria uma ten­dên­cia de lon­go pra­zo de que­da da taxa de juros “natu­ral” (ou Wick­sel­li­a­na) dos paí­ses desen­vol­vi­dos. O que, na exis­tên­cia do limi­te nomi­nal de juros igual a zero (o famo­so zero lower bound), leva­ria a uma escas­sez secu­lar de deman­da agre­ga­da. Isso cri­a­ria um cená­rio em que as polí­ti­cas macro­e­conô­mi­cas con­ven­ci­o­nas seri­am inca­pa­zes de equi­li­brar o mer­ca­do de fun­dos empres­tá­veis e esses paí­ses esta­ri­am fada­dos ao bai­xo crescimento.

O Grá­fi­co 1 (ao final) apre­sen­ta a esti­ma­ti­va do FED Nova York para a taxa de cres­ci­men­to de lon­go pra­zo e a taxa natu­ral de juros, aque­la que, no arca­bou­ço Novo-Key­ne­si­a­no, equi­li­bra­ria tal mer­ca­do. Obser­va-se uma ten­dên­cia de que­da de ambas as variá­veis e um des­co­la­men­to de pata­mar, mas não de tra­je­tó­ria, após-2008 entre o nível dos juros e do cres­ci­men­to – com esse últi­mo se esta­bi­li­zan­do em níveis rela­ti­va­men­te bai­xos (entre 1,5% e 2%).

Embo­ra par­tin­do de uma dinâ­mi­ca de deter­mi­na­ção do cres­ci­men­to mui­to dife­ren­te do outro para­dig­ma, a con­cor­dân­cia com o Pós-Key­ne­si­a­nis­mo apon­ta­da por Sum­mers está na per­cep­ção de que fato­res de lon­go pra­zo asso­ci­a­dos a deman­da esta­ri­am por trás da ten­dên­cia estag­na­ci­o­nis­ta que viria des­de os anos 1980.

Entre esses fato­res, estão a desi­gual­da­de de ren­da e o endi­vi­da­men­to das famí­li­as. O papel do endi­vi­da­men­to fami­li­ar na cri­se de 2008 e a pre­sen­ça de dis­pa­ri­da­des econô­mi­cas cada vez mais explí­ci­tas nos paí­ses desen­vol­vi­dos colo­ca­ram em evi­dên­cia ten­dên­ci­as pre­sen­tes há mais de 40 anos nes­ses paí­ses. Esse movi­men­to reas­cen­deu um deba­te há mui­to tem­po tra­zi­do por auto­res pós-key­ne­si­a­nos de que a desi­gual­da­de de ren­da e o cré­di­to às famí­li­as teri­am um papel não ape­nas de jus­ti­ça soci­al, mas deter­mi­nan­te da dinâ­mi­ca macro­e­conô­mi­ca como um todo.

O Grá­fi­co 2 (ao final) demons­tra a ten­dên­cia, des­de o final dos anos 1970, de aumen­to da desi­gual­da­de de ren­da e do endi­vi­da­men­to fami­li­ar em pro­por­ção do PIB, para uma amos­tra de paí­ses desen­vol­vi­dos. Após a cri­se de 2008, há uma rela­ti­va esta­bi­li­za­ção da par­ce­la da ren­da apro­pri­a­da pelo 1% mais rico e uma rever­são par­ci­al do endi­vi­da­men­to fami­li­ar (asso­ci­a­do ao pró­prio estou­ro da bolha no mer­ca­do imo­bi­liá­rio, ina­dim­plên­ci­as, que­da na taxa de juros e mudan­ças no regi­me de con­ces­são de cré­di­to) que tam­bém se esta­bi­li­zou entre 2015 e 2019. Ape­sar de rela­ti­va esta­bi­li­za­ção des­sas variá­veis, ambas per­ma­ne­ce­ram em pata­ma­res ele­va­dos, a desi­gual­da­de pró­xi­ma à sua máxi­ma da série his­tó­ri­ca e o endi­vi­da­men­to em pata­mar supe­ri­or ao que este­ve em 2001. O adven­to da pan­de­mia pare­ce tra­zer novo aumen­to des­sas variáveis.

Par­tin­do das abor­da­gens que asso­ci­am a estag­na­ção recen­te a uma insu­fi­ci­ên­cia pro­lon­ga­da de deman­da, o Wor­king Paper nº 005 da série do Made (Desi­gual­da­de, Endi­vi­da­men­to e Estag­na­ção Secu­lar: uma aná­li­se de dife­ren­tes abor­da­gens da lite­ra­tu­ra econô­mi­ca pós-2008) apre­sen­ta uma revi­são dos prin­ci­pais meca­nis­mos que rela­ci­o­nam essas três ten­dên­ci­as secu­la­res que aco­me­tem os paí­ses desen­vol­vi­dos – cres­cen­te desi­gual­da­de de ren­da, aumen­to do endi­vi­da­men­to das famí­li­as e que­da das taxas de cres­ci­men­to – den­tro dos arca­bou­ços teó­ri­cos Novo-Key­ne­si­a­no e Pós-Key­ne­si­a­no. Apre­sen­tan­do, a par­tir da revi­são teó­ri­ca, pos­sí­veis des­do­bra­men­tos sobre a dinâ­mi­ca macro­e­conô­mi­ca entre essas 3 variá­veis no lon­go prazo.

No arca­bou­ço Novo-Key­ne­si­a­no, o aumen­to da pou­pan­ça esta­ria por traz da ten­dên­cia secu­lar de que­da da taxa de juros nes­ses paí­ses. Uma vez os juros ten­do che­ga­do ao limi­te Zero Lower Bound (Krug­man 1998), a eco­no­mia entra­ria em um momen­to de “arma­di­lha de liqui­dez” em que o exces­so de pou­pan­ça depre­ci­a­ria a deman­da, levan­do à estag­na­ção. Nes­se cená­rio a polí­ti­ca mone­tá­ria con­ven­ci­o­nal seria ine­fi­caz. Por outro lado, há, den­tro des­se arca­bou­ço, dife­ren­tes lei­tu­ras des­sa dinâmica.

Mian, Straub & Sufi (2019) argu­men­tam que have­ria uma Savings Glut of the Rich, ou exces­so de pou­pan­ça dos ricos, que esta­ria asso­ci­a­do a uma dinâ­mi­ca de deman­da endi­vi­da­da. Nes­sa teo­ria, a estag­na­ção esta­ria rela­ci­o­na­da a uma dinâ­mi­ca de lon­go pra­zo de trans­fe­rên­cia de ren­da de famí­li­as com menor pro­pen­são a pou­par para famí­li­as com mai­or pro­pen­são, por meio do endi­vi­da­men­to fami­li­ar. Já Koo (2011) e Krug­man & Eggerts­son (2012) dão mai­or cen­tra­li­da­de à dívi­da das empre­sas, argu­men­tan­do que a cri­se de 2008 have­ria cri­a­do uma dinâ­mi­ca de desa­la­van­ca­gem em que as empre­sas (e em menor grau as famí­li­as) esta­ri­am mini­mi­zan­do dívi­das ao invés de maxi­mi­zar lucros, pro­ces­sos que se repro­du­zia sem aumen­to de gas­tos públi­cos. Rachel & Sum­mers (2019) reme­tem o aumen­to da pou­pan­ça e que­da da taxa de juros a diver­sos fato­res, entre eles a desi­gual­da­de de ren­da, mas tam­bém a tran­si­ção demo­grá­fi­ca, a que­da da pro­du­ti­vi­da­de e dimi­nui­ção de pro­gra­mas de segu­ri­da­de social.

A ideia de que a alo­ca­ção da ren­da entre gru­pos impor­ta para a com­po­si­ção da deman­da agre­ga­da é anti­ga e ampla­men­te enfa­ti­za­da para as tra­di­ções que seguem Kalec­ki (1954), assim como o estu­do da ten­dên­cia à estag­na­ção na acu­mu­la­ção capi­ta­lis­ta (Stein­dl, 1976). Esse amplo arca­bou­ço, aqui apre­sen­ta­do como Pós-Key­ne­si­a­no, tam­bém tem cada vez mais se debru­ça­do no papel que o cré­di­to aos tra­ba­lha­do­res pos­sui na dinâ­mi­ca de lon­go prazo.

Pal­ley (1996) ao pri­mei­ro ana­li­sar o cur­to pra­zo, argu­men­tou que o cré­di­to às famí­li­as teria efei­to expan­si­o­nis­ta e redu­zi­ria a desi­gual­da­de. O que ficou conhe­ci­do como “para­do­xo da dívi­da”: a ideia de que ao trans­fe­rir pou­pan­ça dos capi­ta­lis­tas para os tra­ba­lha­do­res que gas­ta­ri­am essa ren­da em con­su­mo, a deman­da agre­ga­da e o pro­du­to iri­am cres­cer, aumen­tan­do a ren­da dos tra­ba­lha­do­res e dimi­nuin­do suas dívi­das em ter­mos reais. Dutt (2006) ini­ci­ou impor­tan­te deba­te ao obser­var que embo­ra o para­do­xo da dívi­da fos­se pos­sí­vel no cur­to pra­zo, no lon­go pra­zo have­ria uma ambi­gui­da­de, uma vez que com o aumen­to do esto­que de dívi­da no tem­po sig­ni­fi­ca­ria cada vez mai­or trans­fe­rên­cia de ren­da dos tra­ba­lha­do­res para os capi­ta­lis­tas, por meio do ser­vi­ço da dívida.

Mais recen­te­men­te, Dutt (2011) che­ga à con­clu­são de que o endi­vi­da­men­to das famí­li­as teria leva­do a efei­tos estag­na­ci­o­nis­tas nos EUA. Hein (2015) espe­ci­fi­cou em um mode­lo stein­dli­a­no dife­ren­tes regi­mes do efei­to do endi­vi­da­men­to para o con­su­mo sobre o cres­ci­men­to, carac­te­ri­zan­do o regi­me debt bur­de­ned como “caso nor­mal”. Nes­se regi­me, o endi­vi­da­men­to esta­ria asso­ci­a­do a ten­dên­ci­as estag­na­ci­o­nis­tas por­que ele sig­ni­fi­ca­ria no lon­go pra­zo uma mai­or con­cen­tra­ção de ren­da por meio do paga­men­to de ser­vi­ços da dívi­da por famí­li­as de bai­xa ren­da. Essa con­cen­tra­ção da ren­da esta­ria asso­ci­a­da à menor deman­da agre­ga­da. Stockham­mer (2012) argu­men­ta que o aumen­to da finan­cei­ri­za­ção da ren­da fami­li­ar – a faci­li­ta­ção e o incen­ti­vo à toma­da de cré­di­to por famí­li­as de ren­da média e bai­xa – seria a for­ma ado­ta­da por paí­ses como os EUA para suprir a que­da da deman­da agre­ga­da advin­da do aumen­to da desi­gual­da­de resul­tan­te do regi­me de acu­mu­la­ção ado­ta­do no país des­de os anos 1980. Medi­da que teria se mos­tra­do pali­a­ti­va e inca­paz de con­ter a estag­na­ção no lon­go prazo.

A par­tir da revi­são de lite­ra­tu­ra, o Wor­king Paper nº 005 tam­bém levan­ta algu­mas refle­xões sobre o tema. Pri­mei­ro, sobre como a desi­gual­da­de é o pano de fun­do capaz de expli­car as rea­li­da­des apa­ren­te­men­te con­tra­di­tó­ri­as de mai­or grau de endi­vi­da­men­to com cres­cen­te pou­pan­ça e com taxas de juros míni­mas. Depois, sobre como as três variá­veis – endi­vi­da­men­to das famí­li­as, desi­gual­da­de e estag­na­ção – apre­sen­tam dinâ­mi­ca indis­so­ciá­vel em eco­no­mi­as com alta finan­cei­ri­za­ção da ren­da fami­li­ar, fazen­do com que um movi­men­to con­co­mi­tan­te de duas das variá­veis gere pres­são sobre a ter­cei­ra na mes­ma dire­ção, pelo menos do pon­to de vis­ta teó­ri­co nas dinâ­mi­cas Pós-Key­ne­si­a­nas e Novo-Key­ne­si­a­nas no zero lower bound. Para então des­ta­car como a solu­ção para essas ten­dên­ci­as secu­la­res, em ambos os para­dig­mas, depen­dem de polí­ti­cas econô­mi­cas não-con­ven­ci­o­nais. Por últi­mo, ana­li­sa­mos bre­ve­men­te a tra­je­tó­ria des­sas variá­veis no perío­do entre 2008 e 2020 e pos­sí­veis efei­tos que a pan­de­mia e as medi­das não con­ven­ci­o­nais rea­li­za­das para con­ter os seus impac­tos pode­ri­am apresentar.

De manei­ra geral, a ten­dên­cia secu­lar de aumen­to da desi­gual­da­de e do endi­vi­da­men­to das famí­li­as pare­cem variá­veis rele­van­tes para expli­car a ten­dên­cia de que­da do cres­ci­men­to, infla­ção bai­xa e que­da da taxa de juros nos paí­ses desen­vol­vi­dos. Mais do que isso, a incor­po­ra­ção des­sas variá­veis nos mode­los que bus­cam expli­car a dinâ­mi­ca de lon­go pra­zo do cres­ci­men­to pare­ce fun­da­men­tal. Como Sum­mers colo­cou, o enfo­que exces­si­vo de arca­bou­ços do mains­tre­am econô­mi­co em fric­ções espe­cí­fi­cas podem ter des­vi­a­do esses eco­no­mis­tas de ques­tões rele­van­tes que deter­mi­nam a evo­lu­ção da deman­da agre­ga­da e seus efei­tos sobre o pro­du­to, ques­tões há mui­to tem­po enfa­ti­za­das por eco­no­mis­tas Pós-Keynesianos.

O mun­do pós-pan­de­mia será mar­ca­do por novas solu­ções e pro­ble­má­ti­cas, assim como ten­dên­ci­as secu­la­res que con­ti­nu­a­rão a afe­tar a eco­no­mia glo­bal. O Grá­fi­co 2 pare­ce apon­tar que o endi­vi­da­men­to das famí­li­as aumen­tou de for­ma ace­le­ra­da com a pan­de­mia, enquan­to o mes­mo deve ocor­rer com a desi­gual­da­de. Os paco­tes fis­cais de trans­fe­rên­cia de ren­da serão fun­da­men­tais para rever­ter essas ten­dên­ci­as, assim como outras polí­ti­cas nes­se sen­ti­do. O exces­so de dívi­da em pos­se das famí­li­as será ain­da mais gra­ve em um mun­do mais depen­den­te de juros bai­xos. Além dis­so, os efei­tos nefas­tos do alto grau de endi­vi­da­men­to fami­li­ar e alta desi­gual­da­de sobre a reto­ma­da do cres­ci­men­to não são par­ti­cu­la­ri­da­des dos paí­ses desen­vol­vi­dos no mun­do fora do zero lower bound eco­no­mics. Pode­mos estar sofren­do com pro­ble­mas seme­lhan­tes no Brasil.

Grá­fi­cos 1 e 2

 

 

Referências bibliográficas

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